Numa realidade em que o multiverso é uma possibilidade concreta, Nébadon é o mundo em que vivemos, nosso universo local. Tudo o que conhecemos está contido nele, nosso belo planeta, o Sistema Solar, a Via Láctea e todas as demais galáxias, enfim tudo aquilo que conseguimos observar e conhecer. Pode ser que, algum dia, possamos comprovar a existência de outros universos e, quem sabe, até visitá-los, mas, atualmente, Nébadon é a única realidade que podemos comprovar.
As múltiplas possibilidades de linhas do tempo pessoais podem ser constatadas facilmente, analisando as situações em que, se tivéssemos feito outras opções, nossas vidas teriam sido bem diferentes. A maioria das pessoas tem várias situações desse tipo em sua história, além de muitas outras que mudariam sua vida de formas menos intensas.
Parece óbvio que existe apenas uma linha do tempo real para cada pessoa. A hipótese de que o universo realmente se divida a cada vez que fazemos uma opção que mude a direção de nossas vidas, apesar de ser teoricamente interessante, é algo difícil de se conceber, pois se isso realmente acontecesse haveria um número quase infinito de universos paralelos. Dessa forma, em princípio, podemos considerar que, para cada pessoa, a opção por um ou outro caminho é definitiva e direciona sua vida em um sentido único.
Em relação à linha do tempo global, o problema é um pouco mais complexo. Como engloba as linhas do tempo de todas as pessoas, ela certamente tem mudanças constantes, na medida em que cada um dos bilhões de seres humanos vivos toma uma decisão que altera o rumo de sua própria vida. Isso, entretanto, parece não alterar o fluxo geral, que permanece na mesma direção e sentido mesmo com as inúmeras alterações nas linhas do tempo pessoais. É claro que alterações na vida de pessoas que, de alguma forma, têm participação importante na história, influenciam a linha de tempo global com mais intensidade. Mas isso não significa que, caso uma pessoa como o Hitler, por exemplo, não tivesse desistido da pintura e ingressado na política, alguma outra pessoa não tivesse assumido um papel semelhante, de condutor da nação alemã rumo ao nazismo, de forma coerente com o “zeitgeist”, o espírito do tempo.
Nesse sentido, é muito difícil haver uma grande mudança na linha do tempo global devido à mudanças em linhas do tempo individuais. Talvez a única exceção a isso seja Jesus. Por outro lado, se um número significativo de pessoas fizerem opções coerentes entre si, que convirjam para o mesmo ponto, provavelmente as alterações em suas linhas do tempo pessoais, que isoladamente não afetariam a linha do tempo global, se somariam, produzindo uma alteração efetiva no rumo da história.
Todos os autores têm sua linha do tempo específica, que, logicamente, está integrada na linha do tempo global. Há casos em que diferentes autores correspondem ao mesmo ser em linhas do tempo diferentes, de acordo com os caminhos escolhidos durante sua história de vida. Os autores serão apresentados no momento em que publicarem sua primeira crônica.
João Pedro Gomes Machado – Brasilianista
Se encantou com a literatura ainda antes de aprender a ler, com as leituras diárias de histórias por sua mãe. Assim que se alfabetizou começou a ler jornais e, com o exemplo de seu pai, passou a se interessar pela política do Brasil e por geopolítica. Aos dez anos ajudava o pai a fazer campanha para os candidatos ao senado de oposição ao governo militar, em São Paulo e Minas Gerais, deixando os que ouviam sua argumentação espantados por ver uma criança falando com propriedade sobre política. Leitor assíduo desde criança, lia tudo o que podia, histórias em quadrinhos, livros de vários gêneros, jornais, revistas e até a enciclopédia Conhecer. Quis ser astronauta, cientista, inventor, escritor, músico e atleta. Na escola, gostava de todas as matérias. Estudou música, fez vários esportes, escreveu muitos poemas e pequenas crônicas. Aos dezessete anos, entrou na faculdade de medicina, que abandonou um ano depois para estudar música. Fez licenciatura em Educação Artística, trabalhou muitos anos com informática e optou, alguns anos depois, por se tornar professor. Apaixonado pelo Brasil desde criança, acredita que ele é, ao menos em potencial, o melhor país do mundo. Atualmente se dedica ao que ele descreve como a “construção do Brasil do século XXI”.
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